segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Frankenstein e Drácula

O fantástico na ordem social

O medo da civilização burguesa possui dois nomes: Frankenstein e Drácula. O monstro e o vampiro nasceram juntos em uma sala de estar na, que se tornaria famosa Vila Chapuis, perto de genebra durante um jogo de salão entre amigos em uma noite chuvosa de verão. É 1816 e está em curso a revolução industrial.

Surgem de novo juntos no final do séc. XIX, sob os nomes Hyde e Drácula. No séc. XX conquistam o cinema, primeiro depois da Primeira Guerra Mundial em meio ao expressionismo alemão. Depois da crise de 1929 com as grandes produções americanas e pouco mais tarde em 1956/57 com nomes como Peter Cushing, Christofer Lee e Terence Fisher.

Frankenstein e Drácula levam vidas paralelas, as duas faces horríveis de uma só sociedade: o miserável desfigurado e o proprietário impiedoso, o trabalhador e o capital. Nas palavras de Franco Moretti “A literatura de terror nasce exatamente do terror de uma sociedade dividida e do desejo de curá-la”. É por essa razão que Frankenstein e Drácula, com raras exceções, não aparecem juntos.

O monstro, assim, serve para deslocar os antagonismos e horrores evidentes de dentro para fora da própria sociedade. Serve para reconstruir a universalidade, a coesão social, que em si mesma, já não inspira confiança. O que o monstro nos faz perceber é a dificuldade de uma classe dominante em lidar de forma igualitária com todos os seres humanos.

Drácula, por outro lado, é um asceta do terror, nele celebra-se o desejo da posse sobre o prazer. Como no consumo, é insaciável. Por isso não se pode subsistir com o vampiro, ou mata-o ou subjuga-se a ele. O Drácula de Stoker é um empresário racional. É solitário, despótico e não tolerará concorrência que investe seu ouro para expandir seu domínio: Londres, ou seja, é o monopólio. No entanto o burguês do séc. XIX acredita no livre comércio, tanto que para isso, teve que destruir a tirania do monopólio feudal. O Drácula é ao mesmo tempo produto da sociedade burguesa e sua negação.

O fantástico, o medo ou o surreal na literatura são marcas sociais, interpretações do universo humano ao ser humano. Em O Vale, não há medo, mas há sim o fantástico nas des-relações. Reflexo de nossas irresponsabilidades coletivas 2.0

O senso de “estar perdido” presente neste vale de decisões diárias, precisa ser encarado e entendido como o primeiro passo para a remissão de nossa espiritualidade.





sábado, 26 de novembro de 2011

Apresentando: O Vale

O Vale
Para algumas pessoas estar perdido é o primeiro passo para ser encontrado.

Nove deliciosos contos onde as diferentes fases da vida se chocam com os desafios e as decisões diárias.

Nesse meu primeiro livro o folclore, os mitos e as lendas são os canais onde o comportamento humano pode se mostrar terno e misericordioso, perverso e sem remorso.

O Vale é uma travessia, somente quem chegou ao outro lado, pode dizer o que viu.

Neste natal, dê livro de presente:
http://www.clubedeautores.com.br/book/117973--O_Vale

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Crônica


Ah, o copo de requeijão (Humberto Werneck)
Você se levanta no meio da noite — e então ele (ou ela), com aquela sensualidade postiça que o sono empresta à voz, aproveita para pedir um copo d’água. Você se sente um pouquinho explorada(o), a ideia era ir ao banheiro, ali ao lado, mas noblesse oblige: com ligeira irritação, a viagem no escuro é estendida até a cozinha.
Faz tempo que vocês estão juntos, já viram um montão de vezes esse filme em que o pedinte noturno ora é um, ora é outro. Mas nenhum dos dois atentou para um detalhe. No começo da história, quando se punha no menor gesto o empenho em agradar, a água vinha no melhor copo que houvesse no armário. De cristal, se possível. Agora repare: o que você vem trazendo para matar a sede do ser amado é um reles copo de requeijão.
Não tenha dúvida, alguma coisa mudou — para pior. O que você tem nas mãos é mais do que um recipiente de vidro barato até há pouco habitado por um laticínio espesso. É o próprio símbolo da avacalhação que, sub-repticiamente, vai pondo a pique os mais sólidos Titanics conjugais.
Exagero? Então veja: quem se detém na prateleira dos requeijões cremosos, no supermercado, em geral não está querendo um copo. Quer uma coisa gostosa para passar no pão, de manhã. Quando a coisa gostosa acaba, alguém — não culpe só a empregada — lava a embalagem, remove o rótulo e põe no armário. Você não pediu aquela coisa vulgar, mas, por inércia e desleixo, lá está ela, convivendo com os belos copos da marca francesa Arcoroc. Aí o outro pede água — e você, em vez de levar no Arcoroc, leva no copo de requeijão. A vulgaridade encarnada nesse intruso se instalou entre vocês. E creia: a menos que se tome uma providência, não vai ficar aí. Como no alcoolismo, não se fica no primeiro copo.
Mas pode ser que você, no supermercado, tenha pensado também no continente, além do conteúdo. Problema seu. Só não venha dizer que alguns deles são até jeitosos. São todos horrendos — inclusive aqueles esguios, retilíneos, que talvez sejam os piores: copos de requeijão que não ousam dizer o seu nome, esses pretensiosos se fingem de Arcoroc. Devem ser tratados como os impostores que são.
Aqueles “culturais”, vamos dizer, com reproduções de obras de arte, então nem se fala. Já que ninguém vai acabar com eles, aqui vai uma sugestão: por que ao menos não buscar uma correspondência entre a estampa e o conteúdo, impondo alguma lógica a essa sofrível pinacoteca matinal? Para o requeijão light, as figuras longilíneas, no limite da anorexia, de Modigliani ou Giacometti; para o outro, transbordante de calorias, a banha sem complexo das personagens de Renoir ou Botero. Ou deveria ser o contrário?
Repare como é difícil livrar-se dessa praga. Você põe na área de serviço, para que a faxineira o carregue, e ele reaparece no armário. Embora feito de vidro vagabundo, não se quebra — ao contrário dos outros, mais bonitos e mais frágeis, cujo lugar vai aos poucos ocupando. Cada vez mais numerosos, fazem parte do refugo doméstico, daqueles trastes que por alguma razão não se botam fora, e que um dia se decide levar para o eterno provisório do sítio ou da casa da praia.
Como a barata, que vai sobreviver à espécie humana, é bem possível que o copo de requeijão dure mais que o casamento. Se isso acontecer, nenhum dos cônjuges vai reivindicá-lo na partilha das “sobras de tudo que chamam lar”, como na canção de Francis Hime e Chico Buarque. E se a separação não dá certo, ele não servirá sequer para um brinde comemorativo: pois entre dois copos de requeijão, como se sabe, não há tintim possível, no máximo um chocho tec-tec.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Primavera Brasileira - Contra a Corrupção


A passeata marcada para o fim desta tarde na Cinelândia deve receber mais de trinta mil pessoas. Esperamos que este ato signifique uma mudança na terrível trajetória da nossa política tupiniquim, mais ainda, que cada cidadão viva nas mínimas coisas, a idoneidade que falta hoje não apenas em Brasília.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Entre a Glória e a Vergonha

Uma crônica sobre o sucesso e o fracasso

Enquanto eu trabalhava em meu romance uma pessoa se aproximou de minha janela e puxou conversa. Curioso, no espaço de um minuto, o sujeito me apedreja perguntas sem me dar o fôlego necessário para responder a uma sequer. Sua última pergunta é possivelmente aquela que mais persegue os escritores em inicio de carreira: Quando é que você vai publicar?
É esta a maior expectativa de todo aquele que escreve, ou seja, a materialização de seu trabalho e de todas as horas gastas, no sagrado papel em formato livro.

A matemática do sucesso é uma simples operação de adição cuja melhor medida está nos números. Uma característica deste tempo que atinge também o escritor que vê seu sucesso medido em tiragem. No competitivo mercado editorial brasileiro ter cinco mil obras vendidas em um trimestre significa um excelente começo. Vinte mil em um ano o levará a uma grande editora e a um provável best-seller e a gloria.  A publicação pura e simples representa muito pouco para a indústria do livro, uma vez que apenas menos de 1% de todos os títulos publicados no país venderão mais de cem mil obras e é ai que está o engano de muitos que sonham em viver da “literatura”: A indústria do livro e a literatura/arte são opostas entre si.

A tiragem não é um indicativo do valor literário, veja que o autor brasileiro que mais publica no mundo hoje, jamais obteve o reconhecimento da academia do valor literário para nem mesmo sequer uma de suas obras. Já os autores mais reconhecidos pela qualidade técnica e relevância de suas obras as escreveram em um espaço de duzentos anos e estes não são apenas autores, se tornaram sinônimos de literatura brasileira, mas hoje, suas tiragens são mínimas, o que mostra haver uma distância entre o sucesso matemático da tiragem e o valor real e a relevância cultural e literária de uma obra. Não obstante, as duas coisas podem sim conviver juntas, mas estes casos infelizmente vêm se tornando cada vez mais raros e restritos a uma comunidade seleta de autores.

Para muitos o fracasso está na vergonha do anonimato, ou seja, em jamais publicar algo, já o sucesso no número de livros ou de CD`s vendidos ou mesmo de posts visualizados e comentados. O número de seguidores em um perfil ou de amigos adicionados.
O sucesso não está na performance numérica e sim na qualidade individual, está no “teor” no extrato essencial do ser e isto não se reflete em números, não esta sob o domínio da industria não pode ser “baixado” em um click ou mesmo copiado e colado em outro documento para servir de modelo. O talento não pode ser copiado.

Nestes dias a nossa literatura passa por sua pior “entre safra”, mas ressurgirá como arte que é interpretando o mundo a imagem e semelhança tupiniquim sob a mesa antropofágica e oferecerá ao mundo a literariedade oral capaz de gerar reflexão cultural e identificação humana. E esta literatura não esta hoje nas grandes tiragens.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Morte

Carta aberta aos brasileiros

Belo Horizonte, 4 de julho de 2011

Queridos brasileiros!

Venho por meio desta explicar as razões de meu último trabalho. Não que seja eu obrigado a fazê-lo, mas devido  as duras críticas que venho recebendo em meu Twitter desde que levei aos céus o impoluto Zé Alencar, e que pioraram agora com o mais recente carreto do Sr Topete, Itamar Franco, tenho de desabafar.

Nada pessoal amigos, são só negócios! Se fosse pra eu escolher, saibam que há outros que eu teria enorme prazer em conduzir a outros andares. Muitos fãs de meu trabalho também têm sugerido nomes para minha lista em ordem de prioridade como: o Sarney, o Michel Temer e o Restart.
Maldade! Ainda tem o Beira-mar e até mesmo o Cabral que depois de chamar os professores de vagabundos e os bombeiros de vândalos andou perambulando pela minha lista. E os nomes continuam chegando.

Tenho de dizer! Porque ninguém reclama com a Cegonha? Porque só comigo? Gente, eu só obedeço ordens. A digníssima senhora Cegonha é, em primeiro lugar, a real culpada por trazer a este mundo as figuras que mais cedo ou mais tarde eu terei de ceifar. Só poque ela é branquinha e gringa ninguém lhe enche o saco, deve ser racismo, mortefobia, sei lá.

E tem outra dizem, a boca miúda, que um político honesto no céu é algo tão raro que o Zé Alencar estava solitário, deprimidíssimo e que alguém teria de lhe fazer companhia. Sobrou pra outro mineiro.

Não se preocupem amigos, eu em pessoa irei até o chefe e entregarei todas as sugestões que vocês estão enviando, mandem também vídeos, os mais emocionados certamente terão melhor efeito.

Deixo um abraço, e não se esqueçam: qualquer hora dessas eu passo por aí.

Zé Maria

terça-feira, 17 de maio de 2011

O degelo das nossas convicções

Robson Henriques - Exame online

Nossas certezas são como pedras de gelo dentro daquela geladeira de boteco, que é desligada de noite e religada somente na manhã do dia seguinte.
Essas pedras de gelo que se formam durante o dia vêem a sua solidez morrendo aos poucos durante a calada da noite, até se tornarem novamente fluídas, sem forma, sem vontade própria.
Voltam a ser apenas água. Apenas esperando o ritual de virar novamente gelo por um dia.
Vivemos uma era fluida, que Zygmunt Bauman traduziu bem em sua Modernidade Líquida, onde os valores, crenças e convicções duram pouco em seu estado sólido. Logo derretem na correnteza voraz dos nossos dias. O excesso de informação faz com que a gente não se aprofunde em nenhuma delas. E se afunde em superficialidades.
Nossa certeza de hoje é o talvez de amanhã.
Esse degelo de convicções criou uma geração de consumidores com valores igualmente fluidos, com opiniões mais flexíveis, livres de preconceitos e abraçando a diversidade. O que é bom. O problema é que ao mesmo tempo essa geração se revela ansiosa, inconsistente nas decisões, inconstante nos hábitos, constantemente insatisfeita.
Tudo tem de ser para agora porque daqui alguns minutos não sei se vou querer mais. Não só para os bens que eu consumo, mas para todas as outras escolhas na vida: emprego, casamento, sonhos.
Se a sociedade não consegue mais gerar valores sólidos aos quais possamos nos agarrar e usar como como referência de conduta, um norte para a nossa vida a longo prazo, quem é pode criar essas convicções? Quem é o novo guardião desse valores?
As marcas.
Através de trabalhos de branding com sistemas cada vez mais sofisticados, as marcas estão conseguindo incorporar esse valores sólidos e deter moralmente seu direito de uso.
Quer exemplos? Qual instituição política ou figura pública que hoje é a tradução do valor “confiança”? Você vai ter de fazer um contorcionismo mental para tentar lembrar algum nome.
E se reformularmos essa pergunta para: qual a marca que para você traduz Confiança?
Você certamente deve ter lembrando de uma marca de alimentos presente no Brasil há mais de 80 anos.
Se a pergunta fosse: qual a marca que para você que traduz Felicidade?
Fatalmente você vai lembrar de um fabricante de refrigerante com mais de 125 anos.
E Lealdade? Existe uma boa chance de você lembrar de uma marca de ração para animais que organiza um trabalho mundial de adoção de cães.
Com suas plataformas de construção de percepções intangíveis, as marcas estão se tornando os pilares insconscientes do valores coletivos da sociedade. E nós, consumidores, estamos sendo formados e educados por elas.
A maior prova dessa influência é que, se eu descrever uma pessoa citando somente as marcas que ela usa, não revelando nenhum dado pessoal, você é capaz de emitir juízo de valor sobre essa pessoa e dizer se ela é cuidadosa, se ela preza a família, se ela é ambiciosa, se ela é confiável.
O que nos leva a outro ponto interessante: as marcas que consumimos denunciam a nossa personalidade e nossas intenções. Mesmos aquelas  mais íntimas, que tentamos esconder a todo custo.
Mas essa já é outra história. Para o nossa próxima conversa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Imagem da Semana

Operação Octanagem

O indecifrável mistério do preço da gasolina

Já ia alta a madrugadinha quando as dezenas de carros oficiais e viaturas da força tarefa saíram rasgando ruas a avenidas em uma operação realizada em sete estados da federação. Mandados de prisão em riste policiais federais, militares e investigadores locais invadiam barracos e mansões em busca dos malvados meliantes. Sob o olhar atendo das lentes e iluminados pelos potentes holofotes traficantes iam sendo amontoados nas caçapas, Patamo adentro.

Nos idos do ano de nosso senhor de 2020 nossa terra atormentada viu-se invadida pelo mal. Depois de pacificada a favela e vencida a milícia o diabo encarnado mudou de forma. Nada pessoal são apenas negócios. Porque o traficante venderia pedra, pó ou folha se o lucro não mais compensava o risco? Não senhor, bandido pode até não ter estudo, mas não é burro. Não pela primeira vez isso se dá assim. No longínquo século vinte bandido, vagabundo e ladrão passaram a traficar simplesmente porque dava mais dinheiro. Hoje sobre as barbas da segurança pública mudam de novo. Porque vender um grama se o litro dá mais grana? Isso mesmo! Com o preço da gasolina aqui a mais de três reais vagabundo agora trafica gasolina do Paraguai.

É fato conhecido que lá inexplicavelmente se enche um tanque por dois reais. Migrou-se a bandidada. O aviãozinho e o fogueteiro passaram a ter outra função, agora corriam o lixo e o chão em busca de garrafas. O novo tráfico tomou primeiro o morro depois o asfalto. Eu mesmo andando pela rua de meu bairro querido uma figura nefasta me abordou, escondida entre o poste e o arbusto me oferecendo uma garrafa. Custava nada não disse ele, a primeira era de graça, era da pura, sem água. Confesso que tremi, mas apeguei-me com meu santo, clamei o sangue de Jesus e resisti à tentação.

Que problemão! Anos de aliciamento e vicio agora não tinham alívio. Não era mais possível encontrar o antigo produto, restou ao viciado sofrer a crise a abstinência e o padecimento triste e acamado. Milhares deixaram seus postos de trabalho. Do jornal as novelas, do púlpito ao gabinete sofriam o jovem e o adulto, o santo e o pecador. O congresso reunido as pressas votou leis de compressa fazendo do SUS serviço aliviador. Dozes homeopáticas eram agora oficialmente servidas ao consumidor.

Porque aqui é tão cara a gasolina? O Papa não sabe e o vidente não entende. Foi mesmo um repórter espertinho que ao entrevistar o Ministro de Minas e Energia ao questionar sua Excelência teve o gravador confiscado e seu emprego ameaçado. Exilado foi escalado para cobrir na Antártida a migração do Pinguim Rei e ainda não voltou.

Depois de comemorado o Pré-Sal que mais de um vintém rendeu resta-nos o indecifrável mistério do preço da gasolina, mas enquanto não se descobre segue a Polícia Federal em mais uma operação de nome legal a divertir nos e a entreter-nos, pelo menos até o carnaval.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Cultura

Senhor, não mereço isto.
Não creio em vós para vos amar.
Trouxeste-me a São Francisco
e me fazeis vosso escravo.
Não entrarei, senhor, no templo,
seu frontispício me basta.
Vossas flores e querubins
são matéria de muito amar.
Mas entro e, senhor, me perco
na rósea nave triunfal.
Por que tanto baixar o céu?
por que esta nova cilada?
Senhor, os púlpitos mudos
Entretanto me sorriem.
Mais do que vossa igreja, esta
Sabe a voz de me embalar.
Perdão, Senhor, por não amar-vos.
Carlos Drummond de Andrade - Trecho do poema São Francisco de Assis.
Pintura do forro da nave do templo de São Francisco de Assis, Ouro Preto MG - A assunção de Nossa Senhora da Conceição padroeira dos frades franciscanos. Essa igreja inspirou Drummond a escrever 'Claro Enigma'





Ficha Limpa

quarta-feira, 23 de março de 2011

Elizabeth Taylor

Frase da Semana
  
                      Elizabeth Taylor morre aos 79 anos (AFP)
                              "Não é o ter é o conquistar"

terça-feira, 22 de março de 2011

RIO

Elenco da animação 'Rio' (Foto: AGgNews)


As outras cidades que me desculpem, mas tinha quer ser Rio.

Elenco do longa de animação veio à cidade para o lançamento mundial do filme. Anne Hathaway, admiradora de Bebel Gilberto disse estar encantada com a cidade.

Porto Maravilha



           O Projeto Porto Maravilha vêm sofrendo críticas de arquitetos, urbanistas, historiadores e moradores da zona portuária da cidade. Várias reuniões vêm acontecendo reunindo pessoas interessadas em debater o assunto. O Cariocagens indica o blog Porto Maravilha com o comentário de Raquel Rolnik  como mais uma ferramenta para o fomento do diálogo visando principalmente que as necessidades reais do carioca sejam atendidas. Qualquer opinião, contribuição, postagem ou sugestões de outros blogs que estão debatendo o tema são bem vindas.

quinta-feira, 17 de março de 2011

10MW tidal power station gets Scottish government's approval


Underwater power station to generate enough energy for 10,000 Hebridean homes, and some distilleries.

Severin Carrell Scotland correspondent



Underwater tidal power station near the Sound of Islay
ScottishPower Renewables is cleared to build a 10 megawatt tidal stream project in the Sound of Islay, between the Hebridean islands of Islay and Jura. The underwater generators will look rather like wind turbines. Photograph: ScottishPower Renewables

The world's first major tidal power station is to be installed in a deep, but sheltered, channel between two Scottish islands, providing electricity for up to 10,000 homes.
The array of 10 underwater turbines will be placed between the inner Hebridean islands of Islay and Jura, both well known for their malt whisky. They will generate about 10 megawatts (MW) of electricity, enough to power twice the number of homes on the islands, and to power the island's distilleries.
The devices, underwater versions of a wind turbine, will be placed on the ocean bed in the Sound of Islay, a kilometre-wide "canyon" with one of the strongest and most reliable tidal streams off the UK coast, flowing at almost 11 kilometres an hour (6.7mph).
"It's like a funnel," said a spokesman for ScottishPower Renewables, theenergy company behind the £40m project. "It's a very strong tidal stream, and it's very predictable. It's one of the best we could have in Scotland."
The project has been authorised by John Swinney, the Scottish finance secretary, because the scheme is sited within the Holyrood constituency of the energy minister Jim Mather. Swinney said it was the largest scheme of its kind in the world.
"With around a quarter of Europe's potential tidal energy resource and a tenth of the wave capacity, Scotland's seas have unrivalled potential to generate green energy, create new, low carbon jobs, and bring billions of pounds of investment to Scotland," Swinney said. "This development – the largest tidal array in the world – does just that and will be a milestone in the global development of tidal energy."
The Islay scheme will use a turbine developed by Hammerfest Strøm AS, a Norwegian company part-owned by ScottishPower Renewables' parent company, the Spanish energy giant Iberdrola. A scaled-down, 300kw, prototype has already been tested off Norway and the same 1MW model is now being tested in the Pentland Firth off north Scotland.
Philip Maxwell, chairman of the community-owned Islay Energy Trust, said the islanders were "delighted" by the project. "It's great, and there's a feeling on the island that the people own the project," he said.
Similar to onshore windfarm projects paying rent to local communities, the trust will receive a cut of the profits from the tidal scheme and has already had other funding from ScottishPower Renewables. It has also promised to use local contractors. The first turbines could be in place from 2013, with the full project running by 2015.
The trust's share will be reinvested in green energy projects on Islay, including subsidised solar photovoltaic panels and wind turbines, and may be used to fund offshore wind and marine power projects in the future. It may also experiment with electric cars.
ScottishPower Renewables has also signed a deal with the drinks giant Diageo to provide it with all the electricity needed for eight of its whisky distilleries and maltings on Islay from the tidal array.
Alex Salmond, Scotland's first minister, has claimed that this marine energy source could help the country to become the "Saudi Arabia of offshore renewables".
While environmentalists are very enthusiastic about the potential for marine power, many believe Salmond is heavily promoting offshore energy to avoid taking far more politically challenging steps to tackle emissions from transport, industry and homes.
Successive Scottish governments have been reluctant to take measures to curb rising car use, cut road building programmes or to push for new, greener forms of transport such as low-carbon vehicles. One of the Scottish National party's core areas of support is the North Sea oil industry-dominated region around Aberdeen.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Obama no Rio

Agenda:

Hospedagem no Sheraton - Vidigal

Se der praia: convidar o Romário para bater um futevôlei
à tarde: Subir o morro de moto taxi
À noite: acompanhar o Ronaldinho Gaúcho nas baladas

quarta-feira, 2 de março de 2011

Vik Muniz

Frase da Semana

"Fizemos um filme sobre como transformar lixo em dinheiro e deram o Oscar para um sobre como transformar dinheiro em lixo."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Geração @: quem são e como se comportam.

Geração arroba
São Paulo - Os teens de hoje que têm entre 13 e 18 anos em breve tomarão o poder do mercado de consumo, assim como os seus “antepassados”, a Geração Y. Eles nasceram e vivem na era digital, estão interconectados, super informados, têm um sentimento crítico elevado, são egocêntricos, precisam ser reconhecidos e procuram seus próprios momentos de fama. Para eles, as marcas continuam sendo relevantes em suas vidas para construir sua identidade, aponta a pesquisa “Geração @ e as Mudanças dos Consumidores Teens”.

O estudo realizado pela Enfoque Pesquisa de Marketing no Brasil e apresentado ontem, dia 22, na sede da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa mostra um adolescente cuja vida passa 24 horas por dia nas telas. Principalmente a do computador, para acessar a internet, em que 77% preferem passar o seu tempo, contra 66% da Televisão e 54% do celular. Mas eles não consumem uma mídia de cada vez.

Enquanto estão na internet, os teens multitarefa ouvem música, falam ao telefone e assistem à TV, nesta ordem. O ambiente digital é um território conquistado por eles e onde têm suas próprias linguagens. A disputa pela atenção deste público é cada vez mais feroz. Tudo que se passa na vida deles hoje tem uma tela. Eles não consomem mídia, mas sim conteúdo que os permite interagir e compartilhar, principalmente nas redes sociais.

Geração Display

As redes sociais são parte fundamental na vida dos adolescentes brasileiros para se socializarem, conhecer pessoas, ter reconhecimento e auto-estima. Em seus perfis, eles se mostram como querem ser vistos, geram e compartilham conteúdo constantemente. “Os teens de hoje são autores e protagonistas de seus momentos”, afirma Zilda Knoploch, CEO da Enfoque Pesquisa de Marketing (foto). “É uma geração display. São obcecados por se verem e serem vistos. Até o processo de paquera mudou. Primeiro ele se mostra e depois conhece”, explica.

Agora, as marcas precisam conhecer e interagir com esses jovens que Zilda chamou de Geração @, também denominada por Geração Z. Eles são adolescentes nascidos após 1995. A forma de fazer Marketing tem que ser diferente. “Temos que entrar na vida destas pessoas, acompanhar a vida delas e se relacionar. Não é mais um discurso da marca para o teen, mas uma conversa entre os dois”, diz a CEO da Enfoque.

É uma interação sem fim que tem como base o conteúdo. As marcas que não tiverem conteúdo e um propósito estarão fora do jogo. Elas precisam preencher um espaço que está vago na mente dos novos adolescentes que se mostram sem perspectivas, uma vez que 52% das mais de 1.500 pessoas entrevistas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, das classes A, B e C, se mostram abertos a morar em outro país. Elas não têm confiança nas empresas, nos políticos, nem no Estado, mas 70% dos garotos e garotas confiam na Igreja, seguida da Seleção Brasileira de Futebol, do Exército, da Rede Globo e dos Bancos.

Exame 23/02/2011

Carnaval 2011 - As Eternas Marchinhas

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Imagem da Semana

Manifestante egípcio dorme entre as rodas de um tanque na praça Tahir no Cairo

Frase da Semana

“porque de momento a incerteza é grande e tudo permanece ainda em aberto. Mas não há nenhum determinismo, portanto cessemos de utilizar o medo como forma de condicionamento. Cada país deve encontrar o seu caminho e a democracia não é de tamanho único”.


 Jorge Sampaio, ex-presidente de Portugal e Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações - sobre a nascente democracia egípcia.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A Irmandade Muçulmana no Egito


The Muslim Brotherhood uncovered

In an exclusive Guardian interview, Egypt's Islamist opposition group sets out its demands

Senior Muslim Brotherhood leader Essam el-Erian
Senior Muslim Brotherhood leader Essam el-Erian says his organisation gives Mubarak a week to leave - a position over which 'there is no compromise'. Photograph: Abdel Hamid Eid/AP
The downstairs entrance is littered with rubbish, and the stairwell is dark and cramped. Only the opulence of the second-floor door – a broad, ornate colossus of a door – offers any clue as to what lies inside this unprepossessing apartment block in an unfashionable corner of Cairo's Roda Island.
Behind the door are the headquarters of the Muslim Brotherhood, the movement that – depending on who you believe – is about to either giveEgypt the Taliban treatment or help steer the country through transition to a pluralist democracy.
Given the international opprobrium that its name often inspires, perhaps it's not surprising that the brotherhood prefers a low-key, almost shabby feel for its headquarters. "We are not in the forefront," smiles Essam el-Erian, a senior brotherhood leader. "We keep a step behind."
A step behind is exactly where the brotherhood has been accused of being during the past two weeks of momentous upheaval in Egypt, two weeks in which the world's oldest Islamist organisation found itself out on the sidelines as a new political reality unfolded before its eyes.
When the call first went out for mass pro-change protests on 25 January, the brotherhood responded as it always has to any major anti-government activity originating outside its own sphere of influence – it dithered. With that dithering came a loss of credibility, as the demonstrations gathered momentum and coalesced into nothing short of a revolutionary challenge to 30 years of entrenched dictatorship.
Now, though – having been wrong-footed and overtaken by largely non-religious young activists – the brotherhood is seeking to regain its standing as the country's leading opposition movement, without turning either local or western opinion against it.
Playing catch-up has seen the brotherhood engaging in dialogue with a government that has long kept it outlawed – thus gaining a legal legitimacy denied since 1954 – while at the same time trying to avoid accusations of a sell-out from the hundreds of thousands who continue to pack Tahrir Square and who want to see President Hosni Mubarak gone before any negotiations towards a democratic transition can begin.
"There is no compromise," Erian (above right) told the Guardian on Tuesday. "We reassess our position every day, maybe every hour. We give them some time to discuss … [Those around Mubarak] are arranging their affairs because he was a symbol of the regime and he was controlling them. They need some time. We give them this chance. A week."
The "Brother Muslimhood" – as the vice-president, Omar Suleiman, repeatedly called it this week during a TV interview with Christiane Amanpour – also faces a potentially more difficult tightrope walk internationally.
Its need is to position itself at the forefront of Egypt's post-Mubarak future without sounding alarm bells in western capitals, where Mubarak's warnings about the dire threats posed by the brotherhood have often been taken at face value. It's a dilemma that Erian is only too aware of. "Mr Obama, Mrs Clinton, Mr Cameron, Mr Sarkozy, when they see us at the front they say we are another Khomeini, another Iranian [revolution]," he says.
But placating foreign powers was not what Hassan al-Banna founded the movement for in 1928. It was Britain's presence in Egypt that led to the brotherhood's creation. Six Egyptian workers employed in the military camps of Ismailiyya in the Suez Canal Zone visited Banna, a young teacher who they had heard preaching in mosques and cafes on the need for "Islamic renewal".
"Arabs and Muslims have no status and no dignity," they complained, according to the brotherhood's official history. "They are no more than mere hirelings belonging to the foreigners … We are unable to perceive the road to action as you perceive it …" Banna later wrote that the Europeans had expropriated the resources of Muslim lands and corrupted them with "murderous germs": "They imported their half-naked women into these regions, together with their liquors, their theatres, their dance halls, their amusements, their stories, their newspapers, their novels, their whims, their silly games, and their vices … The day must come when the castles of this materialistic civilisation will be laid low upon the heads of their inhabitants."
Banna argued that Islam provided a complete solution, with divine guidance on everything from worship and spiritual matters to the law, politics and social organisation. He established an evening school for the working classes which impressed the general inspector of education and by 1931 the brotherhood had constructed its first mosque – for which the Suez Canal Company is said to have provided some of the funds.
Banna was offering a religious alternative to the more secular and western-inspired nationalist ideas that had so far failed to liberate Egypt from the clutches of foreign powers, and the popular appeal of his message was undeniable: by 1938, the movement had 300 branches across the country, as well as others in Lebanon and Syria.
During the second world war, British attitudes towards the brotherhood – and those of the British-backed Egyptian monarchy – ranged from suppression to covert support, since it was viewed as a possible counterweight against the secular nationalist party, the Wafd, and the communists. In 1948, the movement sent volunteers to fight in Palestine against the establishment of Israel and there were numerous bomb attacks on Jews in Cairo – at least some of which are attributed to the brotherhood.
A year later, members assassinated a judge who had jailed a Muslim Brother for attacking British soldiers. The Egyptian government ordered the brotherhood to be dissolved and many of its members were arrested. The prime minister was then assassinated by a Brother and in February 1949 Banna was himself gunned down in the streets of Cairo, apparently on the order of the authorities.
The brotherhood was also implicated in an attempt to assassinate President Gamal Nasser in 1954, but it has long since renounced violence as a political means in Egypt. By the 1980s it was making determined efforts to join the political mainstream, making a series of alliances with the Wafd, the Labour and Liberal parties. In the 2000 election it won 17 parliamentary seats. Five years later, with candidates standing as independents for legal reasons, it won 88 seats – 20% of the total and its best electoral result to date.
"There can be no question that genuine democracy must prevail," Mohammad Mursi, a brotherhood spokesman, wrote in an article for Tuesday's Guardian. "While the Muslim Brotherhood is unequivocal regarding its basis in Islamic thought, it rejects any attempt to enforce any ideological line upon the Egyptian people."
Although the Brotherhood appears to have firmly embraced democracy, the means for reconciling that with its religious principles are not entirely clear: the issue of God's sovereignty versus people's sovereignty looks to have been fudged rather than resolved.
The Brotherhood continues to maintain that "Islam is the solution" while at the same time demonstrating a kind of pragmatism that suggests Islam may not be a complete solution after all.
One example is jizya, the poll tax on non-Muslims, which is clearly prescribed in the Qur'an. The original idea was that non-Muslims, since they did not serve in the military, should pay for their protection by Muslims.
Today, most Muslims regard jizya as obsolete.In order to follow Qur'anic principles strictly, though, it would have to be reinstated. In 1997, the Muslim Brotherhood's Supreme Guide at the time, Mustafa Mashhur, did suggest reintroducing it but, in a country with around 6 million Christians, this caused uproar and the movement later backtracked. For non-Islamist Muslims, jizya presents no great problem: they can justify its abolition on the basis of historicity – that the circumstances in which the tax was imposed no longer exist today. For Islamists, though, this is much more difficult because the words of the Qur'an and the practices of the earliest Muslims form the core of their ideology.
The late Nasr Abu Zayd, a liberal theologian who was hounded out of Egypt by Islamists in the 1990s, regarded historicity as the crux of the issue. "If they concede historicity, all the ideology will just fall down," he said, "… the entire ideology of the word of God."
He argued that the brotherhood's semi-illegal status allows it to agitate and sloganise without needing to face the realities of everyday politics or having its policies subjected to much critical scrutiny.
Years of repression at the hands of the Egyptian authorities have made the brotherhood more interested in human rights than many might expect from an Islamist organisation. When the European parliament criticised Egypt's record in 2008, the Mubarak regime responded with fury, while Hussein Ibrahim, the brotherhood's parliamentary spokesman, sided with Europe.
"The issue of human rights has become a global language," he said. "Although each country has its own particulars, respect of human rights is now a concern for all peoples" – though he specifically excluded gay rights.
Rather than deploring criticism from abroad, he said, the Egyptian government would do better to improve its human rights record, which would leave less room for foreigners to cause embarrassment.
Erian, an outspoken reformist on the brotherhood's guidance council, is at pains to sketch out the limits of his organisation's political ambitions. He insists that it has no plans to run a candidate for the presidency, though any broad-backed opposition "unity" candidate will obviously need the brotherhood's approval.
But he goes further and says the brotherhood will not even seek a majority in parliament – a far cry from the predictions of many Washington-based analysts that it is waiting in the wings to seize control of the most populous Arab country.
"If we can build a wide coalition instead, this would be good," Erian says. "This is our strategy for many reasons: not to frighten others, inside or outside, and also because this is a country destroyed, destroyed by Mubarak and his family – why would the rebuilding task be only for us? It's not our task alone, it's the job of all Egyptians." He adds: "The Muslim Brothers are a special case because we are not seeking power through violent or military means like other Islamic organisations that might be violent. We are a peaceful organisation; we work according to the constitution and the law."
Khalil Al Anani, an expert on Egypt's political Islamists at Durham University, points out that during the protests the Brotherhood has made no specific political demands relating to its own goals.
"At the high level, they have made a smart tactical move in mandating ElBaradei to be a spokesman for Egyptian opposition forces, because it's a signal to the west. The Brotherhood don't want the west to diminish this revolution, and hence they don't want to give the west any excuse to support Mubarak. By putting ElBaradei up they avoid giving them that excuse."
Although outsiders often use words like "smart" and "savvy" when describing the brotherhood, some regard its missteps during the initial 25 January protests as an example of its incompetence. "In 83 years it has botched every opportunity," anthropologist Scott Atran wrote last week. "Its failure to support the initial uprising in Cairo on January 25 has made it marginal to the spirit of revolt now spreading through the Arab world."
But if the brotherhood is not seeking political power, what is its purpose? Josh Stacher, an expert on the movement, says it should be viewed in the context of its earlier anti-colonial struggle: "It's very much about providing Egyptian answers to Egyptian problems. Also, it's organised on a grassroots level. It offers people opportunities in a way that the Egyptian state doesn't. It's almost a mini parallel state without a military."
Among its members there is a division between those who want the group to concentrate on dawa, or social evangelism, and those who see political power as the ultimate goal. The former include people such as the current conservative supreme guide, Mohamed Badie, who see formal politics as only one part of an overall toolkit in the challenge to make Egyptian society more thoroughly Islamic.
It's a distinction that has long kept the brotherhood fragmented, leaving it more as an umbrella group for Islamist political forces of many different shades than as the monolithic vanquisher of liberal secular values so often portrayed in the international media. Erian acknowledges the existence of internal dissent, but claims the holistic nature of the Muslim Brotherhood, and indeed of Islam as a religion, means that these different outlooks can be a source of strength rather than a weakness.
"Islam is one unit – jobs or tasks can be divided," he says. "It's like the state – one unit, but with 40 or so ministers all doing their jobs. It's the same with us. We are ready to play a political role, but under the umbrella of a wider structure."
He goes on to compare the Brotherhood's workings to those of the individual. "I am an imam in the mosque near my home. I am a politician. I am a representative to the media. I am a physician – I go to the lab every night to look through microscopes. You cannot divide me. If time pressures push me towards one aspect, the others still can't be neglected."
As Egypt has changed over the past fortnight, with young people propelling themselves dramatically into the heart of the country's political future, so too has the brotherhood, where an ageing leadership clique has been challenged by a fresher generation of members, keen to take a more confrontational stance with the Mubarak regime and quicker to forge alliances with forces the brotherhood have traditionally not been warm towards, such as Coptic Christian and women's groups.
"The reformist wing within the brotherhood will be strengthened, at the expense of the conservative old guard," said Khalil al-Anani, an expert on Egypt's political Islamists at Durham University.
"The Mubarak regime was very skilful at exaggerating the influence of the Brotherhood and painting them as a threat to Egyptian society and to the west," he added. "It was the pretext for Mubarak's rule, and it was a lie. I think that if Egypt held free and fair elections tomorrow the Brotherhood would not get a majority; it would enjoy a significant presence in parliament but the overall makeup of seats would be pluralistic. This is the time for the west to rethink its attitudes to the Muslim Brotherhood. If they don't start assessing the weight of the brotherhood accurately, they will make major miscalculations in the coming days."